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Destaque 25, Mai, 2023

IV Jornadas de Serviço Social

As IV Jornadas de Serviço Social “Desenvolvimento Local: investigação, políticas e práticas" trouxeram em palco 14 comunicações

A Licenciatura em Serviço Social, da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS), do Instituto Politécnico de Portalegre (IPP), promoveu nos dias 17 e 18 de maio às IV Jornadas de Serviço Social: “Desenvolvimento Local: investigação, políticas e práticas". Fizeram parte das Jornadas 14 comunicações. A proposta das Jornadas deste ano teve em atenção as várias dimensões onde o Serviço Social pode dar contributos para esta temática - “Desenvolvimento Local", seja na prática, na investigação, na formação, ou mesmo na dimensão política. Contudo, visto que o Desenvolvimento Local, diz respeito a várias disciplinas, o evento apresentou um discurso multidisciplinar. 

A inovação social, foi tema da primeira conferência, do dia 17 de maio, através das palavras do sociólogo e professor catedrático com Agregação na Universidade da Beira Interior (UBI), Alcides Monteiro. O sociólogo fez o público refletir sobre a importância de uma comunidade de aprendizagem, onde todos aprendem uns com os outros e aplicam estes conhecimentos de forma coletiva. Dentre outros pontos relevantes, também destacou a missão social e a visão transformadora que cada cidadão tem a nível individual e coletivo, bem como a importância de uma governança política voltada para a inovação social/desenvolvimento social. Após, o sociólogo e representante da Cooperativa Operária Portalegrense, Abílio Amiguinho, que através de sua intervenção intitulada “Desenvolvimento e ação local comunitária”, revelou parte da sua experiência no âmbito do desenvolvimento local, seja em questões sócio-educativas, em contexto rural, ou seja na esfera da Cooperativa Operária Portalegrense. O sociólogo trouxe em pauta para reflexão o desenvolvimento local numa perspetiva de empoderamento comunitário. A terceira conferência, veio com a professora Auxiliar no Instituto Superior de Ciências Sociais (ISCSP) da Universidade de Lisboa, Ana Esgaio. A docente fez um enquadramento do “Serviço Social no âmbito do desenvolvimento comunitário” e destacou o papel do Serviço Social nesta esfera.

Na parte da tarde do dia 17, estava o painel “Serviço Social: formação e investigação". Este trouxe em cena a importância da formação para a promoção do desenvolvimento local - neste caso através de um mestrado. A comunicação intitulada “Desenvolvimento Local, Risco Social e a Formação em Serviço Social”, comunicação de Ana Isabel Fernandes, Adelaide Malainho, Miguel Bento, Maria Helena, Cachopo e Paula Cristina Godinho, docentes do Instituto Politécnico de Beja, revelou a trajetória do Politécnico de Beja nesta oferta formativa  que promove o desenvolvimento local. A seguir a assistente social e professora do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), Helena Rocha, abordou o tema da “Sustentabilidade Ecológica das Comunidades Socialmente Vulneráveis”. Na sua comunicação apresentou o Serviço Social Eco-social como um modelo inovador na intervenção (das/nas comunidades). Neste mesmo painel, a assistente social e professora dos Institutos Politécnicos de Castelo Branco e Portalegre, Marisa Candeias apresentou o tema “Serviço Social Rural: desafios em territórios de baixa densidade”. Na sua comunicação revelou alguns desafios que os assistentes sociais enfrentam em contexto rural. A docente destacou o papel do assistente social enquanto interventores e atores sociais - ativistas políticos em prol das comunidades e dos territórios envelhecidos e de baixa densidade demográfica. Para finalizar o primeiro dia, a assistente social e doutoranda do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), Lorena Anile, trouxe o tema “A informalidade em contextos urbanos: desafios para o crescimento e permanência local”. A assistente social falou da problemática das questões de habitação em contexto urbano, dando destaque para a formação de bairros e/ou favelas construidas de forma irregular, ilegal. A doutoranda apresentou algumas pistas para que o assistente social possa intervir no âmbito da informalidade urbana, numa perspetiva de desenvolvimento comunitário.

No evento procurou-se evidenciar modelos e estratégias que estão sendo implementados em Portugal que se enquadrem nos princípios deste paradigma. Na primeira parte do dia 18, os participantes puderam ouvir através das palavras  de Marco Domingues, presidente da Rede Animar (Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local), de Fernanda Vaz, Coordenadora da ACTIVAR, Associação para a Cooperação da Lousã, associação de desenvolvimento local e IPSS, de Vanda Ramalho representante da Associação Nacional de Futebol de Rua, e de Elisabete Miranda, Assistente social da Casa de São Bento de Caxias, práticas onde se observa o desenvolvimento comunitário, numa perspetiva inovadora e de empoderamento coletivo. Estas intervenções deram margem para muitas reflexões no âmbito da promoção de contextos favoráveis e facilitadores para o desenvolvimento das comunidades de forma sustentável.

Desenvolver comunidades e/ou territórios sem a dimensão política é impensável. Desta forma, surge nesta programação o painel "Políticas de Desenvolvimento Local”. Neste painel estiveram Marta Albuquerque, da Estrutura de Missão Portugal Inovação Social - EMPIS, representante do Estado no evento, a Presidente da Câmara Municipal de Portalegre, Fermelinda Carvalho, o Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDR), António Ceia da Silva. Desta forma, deu-se a oportunidade de dos decisores políticos, a nível local, a nível regional e a nível de Estado debaterem e refletirem de forma conjunta as políticas de desenvolvimento local.

O evento contou com 166 inscrições, um público que esteve entre as modalidades presencial e online. Sendo, 28,3 % assistentes sociais, 65,7 % estudantes, 4,2 % docentes, 1,8% outros (das mais diversas categorias). Profissionais de diversas instituições do país realizaram suas inscrições, que demonstraram grande interesse nesta temática, dados relatados pelas inscrições realizadas e também pela presença nestes dois dias. O evento teve uma média de 100  participantes, sejam estes em modalidade online ou presencial.

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